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Indígenas são principais vítimas de explosão de violência fundiária no Brasil em 2021

 

O Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou na semana passada os dados preliminares sobre conflitos no campo referentes ao período de janeiro a agosto de 2021. O cenário apresentado é preocupante: nos oito primeiros meses deste ano, foram registrados 26 assassinatos relacionados a conflitos no campo, número que já representa um aumento de 30% na comparação com o total de 2020.

Indígenas (oito) e sem-terras (seis) representaram a maior parte das mortes registradas neste ano. O estado do Maranhão lidera o ranking preliminar de vítimas de conflitos no campo, com nove assassinatos. O documento cita também 103 casos de “mortes em consequência”, sendo 101 deles registrados na Terra Indígena Yanomami, que vive um desastre humanitário por conta da presença de forasteiros e da pandemia nas comunidades locais. De acordo com a análise, as informações preliminares não permitem classificar esses óbitos como consequência de conflitos no campo.

Praticamente todos os indicadores de conflito fundiário tiveram um aumento em 2021 na comparação com o ano anterior. De janeiro a agosto, 418 territórios (indígenas, quilombolas, tradicionais e assentamentos de reforma agrária) sofreram violência contra ocupação e posse. A destruição de casas aumentou 94%, a de pertences, 104%; expulsão, 153%; grilagem, 113%; pistolagem, 118%; e impedimento de acesso às áreas de uso coletivo, com alta de 1.057%.

Correio BrazilienseTV CulturaFolhaNexo JornalSputnikNews e UOL repercutiram o levantamento preliminar do CPT sobre a violência no campo em 2021.

Em tempo: Para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado na última 6ª feira (10/12), O Globo elencou dez motivos que tornaram o ano de 2021 trágico para os Direitos Humanos no Brasil. A pandemia e a crise econômica se colocam como os grandes fatores, mas questões como o avanço do garimpo e do desmatamento em territórios indígenas também colocaram o país em uma situação delicada na questão dos direitos básicos em 2021.


FONTE: [Climainfo]